Gisèle Halimi

"não se nasce feminista; torna-se feminista” a trajetória exemplar de uma advogada militante que mudou a sociedade francesa

Autores/as

  • Juliette Robichez Instituto dos Advogados da Bahia

Palabras clave:

Advocacia militante, Descolonização, França, Gisèle Halimi, Libertação da mulher, Segunda onda do feminismo

Resumen

Para homenagear “a força das mulheres” juristas, escolhemos escrever a biografia de Gisèle Halimi, uma das grandes figuras francesas do movimento feminista. Essa combatente consagrou sua existência a defender os oprimidos e minorias em uma França conservadora e reticente a mudar seu sistema colonial e patriarcal. Foram usados, para relatar seus feitos, seus escritos, suas memórias, suas falas na mídia, suas súplicas perante os tribunais e os artigos das jornalistas que tiveram o privilégio de com ela conversar. A rica vida da defensora se confunde com a história contemporânea da sociedade francesa e, em particular, das grandes conquistas dos movimentos de emancipação das mulheres, nas quais ela deixou uma marca indelével. Inventou as lutas que concretizaram e colocaram em prática as bases teóricas do feminismo oriundo do Segundo Sexo de Simone de Beauvoir. Dividimos sua biografia de ativista em três períodos que coincidem também com os grandes avanços que o direito francês conheceu: da rebeldia ao ativismo anticolonial; da advocacia militante e encarnação da luta pela emancipação da mulher; da mulher política e seu legado.

Biografía del autor/a

Juliette Robichez, Instituto dos Advogados da Bahia

Parisiense radicada em Salvador há 20 anos. Tem mestrado e doutorado em direito pela Universidade Paris I –Panthéon Sorbonne onde lecionou direito civil e trabalhou durante sete anos. Atualmente é professora de direito internacional, direitos humanos e relações internacionais em cursos de graduação e pós-graduação na Bahia e no Brasil. Suas áreas de pesquisa de predileção são os sistemas regionais de direitos humanos, a justiça penal internacional, a proteção internacional do patrimônio cultural da humanidade e a questão dos refugiados. É membro da Comissão de Direitos Humanos do Instituto dos Advogados da Bahia (CDH-IAB) e é presidente da Comissão de Direito Internacional do IAB (CDI-IAB).

Citas

BEAUVOIR, Simone. Le Deuxième Sexe. Paris: Gallimard, 1949.

BEAUVOIR, Simone et al. Le manifeste des “343 salopes”. Le Nouvel Observateur, n. 334, p. 5, 5 abr. 1971.

CEDH. CORTE EUROPEIA DOS DIREITOS HUMANOS. Caso Tysiac c. Polónia, Câmara 4ª seção, n. 5410/03, 24 set. 2007. Disponível em: https://hudoc.echr.coe.int/fre#%7B%22itemid%22:[%22001-79813%22]%7D. Acesso em: 24 mai. 2021.

COJEAN, Annick. Gisèle Halimi, la clause des femmes. Le Monde, Paris, 01 jun. 2007. Disponível em: https://www.lemonde.fr/societe/article/2007/06/01/gisele-halimi-la-clause-des-femmes_917759_3224.html. Acesso em: 12 mai. 2021.

COUTURIER, Mathias. Les évolutions du droit français face aux violences conjugales. De la préservation de l’institution familiale à la proteção dos membres da família. Dialogue, 2011/1, n° 191, p. 67. Disponível em: https://www.cairn.info/revue-dialogue-2011-1-page-67.htm. Acesso em: 15 mai. 2021.

GAUDILLAT CAUTELA, Stéphanie. Questions de mot. Le « viol » au XVI° siècle, un crime contre les femmes ? Clio, Toulouse, n. 24, 2006, p. 24. Disponível em: https://journals.openedition.org/clio/3932. Acesso em: 15 mai. 2021.

HALIMI, Gisèle; BEAUVOIR, Simone. Djamila Boupacha. Paris: Gallimard, 1962.

HALIMI, Gisèle. Fritna. Paris: Plon, 2000.

HALIMI, Gisèle. Histoire d’une passion. Paris: Plon, 2011.

HALIMI, Gisèle. La cause des femmes. Paris: Grasset, 1974.

HALIMI, Gisèle. Le lait de l’oranger. Paris: Gallimard, 1988.

HALIMI, Gisèle. Le procès de Bobigny: la cause des femmes. La plaidoirie de Me Gisèle Halimi (fr). La grande bibliothèque du droit. Barreau de Paris. Disponível em: https://www.lagbd.org/index.php/Le_proces_de_Bobigny_La_cause_des_femmes_La_plaidoirie_de_Me_Gisele_Halimi_(fr). Acesso em: 15 mai. 2021.

HALIMI, Gisèle. Une avocate irrespectueuse. Paris: LGDJ, 2002.

HALIMI, Gisèle; COJEAN, Annick. Une farouche liberté. Paris: Grasset and Fasquelle, 2020.

LA BATTAGLIA DI ALGERI. Direção: Gillo Pontecorvo. Produção: Rizzoli Films e Carlotta Films, Itália e Argélia, preto branco, 1986 (120 min.).

LE BARON, Simon. Pourquoi l’entrée de Gisèle Halimi au Panthéon est compromise. Radio France, paris, 13 mai. 2021. Disponível em: https://www.franceinter.fr/politique/pourquoi-l-entree-de-gisele-halimi-au-pantheon-est-compromise. Acesso em: 15 mai. 2021.

LE MONDE. Onze peines capitales requises ou procès des émeutiers de Moknine. Le Monde, Paris, 22 mai. 1953. Disponível em: https://www.lemonde.fr/archives/article/1953/05/22/onze-peines-capitales-requises-ou-proces-des-emeutiers-de-moknine_1982896_1819218.html. Acesso em: 24 mai. 2021.

LE NAOUR, Jean-Yves; VALENTIN, Catherine. Et le viol devint un crime. Ed. Vendémiaire, 2014.

LE PROCÈS DE BOBIGNY. Dir. François Luciani. Prod. Mascaret Films, França, 2006 (88 min.).

LE VIOL. Dir. Alain Tasma. Prod. EuropaCorp Television, Bélgica, 2017 (87 min.).

LUCAS, Violaine; VILAIN, Barbara. A la conquête de droits communs. Le meilleur de l’Europe pour les femmes. Le Monde Diplomatique, Paris, mai. 2008, p. 6. Disponível em: https://www.monde-diplomatique.fr/2008/05/LUCAS/15911. Acesso em: 24 mai. 2021.

MARZANO, Michela. Dictionnaire de la violence. Paris: Presses Universitaires France, 2011.

PRENDRE LE meilleur des droits des femmes dans l’UE et l’appliquer à tout-te-s les citoyen-nes européen-ne-s. Disponível em: https://www.choisirlacausedesfemmes.org/la-clause/. Acesso em: 24 mai. 2021.

SAVIGNEAU, Josyane. Gisèle Halimi, défenseuse passionnée de la cause des femmes est morte. Le Monde, Paris, 22 set. 2019. Disponível em: https://www.lemonde.fr/disparitions/article/2020/07/28/l-avocate-gisele-halimi-defenseuse-passionnee-de-la-cause-des-femmes-est-morte_6047506_3382.html. Acesso em: 15 mai. 2021.

SPRINGORA, Vanessa. Le Consentement. Paris: Grasset, 2020.

STORA, Benjamin. Les questions mémorielles portant sur la colonisation et la guerre d’Algérie. Rapport public, 20 jan. 2021. Disponível em: https://www.vie-publique.fr/rapport/278186-rapport-stora-memoire-sur-la-colonisation-et-la-guerre-dalgerie. Acesso em: 25 out. 2021.

VIDAL, Dominique. Ces « traîtres » qui sauvèrent l’honneur de la France. Le Monde diplomatique, Paris, set. 2000, p. 28. Disponível em: https://www.monde-diplomatique.fr/2000/09/VIDAL/2404. Acessível em: 30 mar. 2021.

VIGARELLO, Georges. Histoire du viol XVI°-XX° siècle. Paris: Seuil, 1998.

VIRGILI, Fabrice. Dictionnaire de la violence. Paris: PUF, 2011.

Publicado

2021-08-02

Cómo citar

Robichez, J. (2021). Gisèle Halimi: "não se nasce feminista; torna-se feminista” a trajetória exemplar de uma advogada militante que mudou a sociedade francesa. Seara Jurídica, 1(19), 1–18. Recuperado a partir de https://publicacoes.unijorge.com.br/searajuridica/article/view/427

Número

Sección

Artigos