A INFLUÊNCIA DO RACISMO ESTRUTURAL NO RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO COMO MEIO DE PROVA NO PROCESSO PENAL

Autores

  • Jéssica Pinho Ramos
  • Rafaela Alban

Palavras-chave:

Processo Penal, reconhecimento fotográfico, racismo estrutural, falsas memórias

Resumo

O artigo tem por objetivo analisar a influência do racismo estrutural e das falsas memórias no reconhecimento fotográfico como meio de prova no processo penal. Para tanto, mediante a adoção do método qualitativo de pesquisa e do levantamento bibliográfico, o texto desenvolver-se-á em três partes, sendo que a primeira versará sobre o racismo estrutural no processo penal, a segunda tratará das características e aplicabilidade do reconhecimento fotográfico como meio de prova e a terceira cuidará da inserção das falsas memórias no processo penal brasileiro através do reconhecimento fotográfico, bem como do entendimento pacificado pelo STJ. Logo, o artigo pretende apontar equívocos e vulnerabilidades do reconhecimento de pessoas, tendo em vista a incidência das falsas memórias e a influência do racismo estrutural.

Biografia do Autor

Jéssica Pinho Ramos

Bacharel em Direito pela Universidade Jorge Amado (UNIJORGE), Pós-Graduanda em Direito Penal e Processo Penal (LEGALE). Estagiária de Pós-Graduação do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia.

Rafaela Alban

Advogada Criminalista e Professora de Direito Penal e Processo Penal. Doutora e Mestra em Direito Penal (UFBA). Especialista em Ciências Criminais (UFBA), Direito Penal Econômico (Coimbra) e Teoria do Delito (Salamanca). Coordenadora Adjunta do Departamento de Ações perante os Tribunais do IBADPP e Membro das Comissões Especiais de Direito Penal da OAB/BA e da OAB/SP

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Publicado

2023-06-30

Como Citar

Ramos, J. P., & Alban, R. (2023). A INFLUÊNCIA DO RACISMO ESTRUTURAL NO RECONHECIMENTO FOTOGRÁFICO COMO MEIO DE PROVA NO PROCESSO PENAL. Seara Jurídica, 1(21), 1–29. Recuperado de https://publicacoes.unijorge.com.br/searajuridica/article/view/200

Edição

Seção

Artigos