IMAGENS PERDIDAS EM RESTOS DE PAISAGENS
Palavras-chave:
Esgotamento, Imagem, Teatro da Vertigem, Samuel Beckett, Gilles DeleuzeResumo
O presente projeto de pesquisa de mestrado propõe uma comparação entre a intervenção cênico-visual A última palavra é a penúltima 2.0 (2014), do grupo brasileiro Teatro da Vertigem, e as obras em prosa Mal visto mal dito (1981), e Para frente o pior (1983), do dramaturgo e escritor irlandês Samuel Beckett. Pretende-se aqui analisar de que forma a intervenção cênica atualiza o universo beckettiano através do esgotamento das imagens. Podemos verificar que a narrativa beckettiana em Mal visto mal dito e Pra frente o pior, tenta o tempo todo chegar a um esgotamento da linguagem ao estabelecer repetições de frases, temas e ideias - como se esta repetição ininterrupta propusesse uma oscilação entre o cansaço e o esgotamento das palavras/imagens. Já na intervenção cênica, o Teatro da Vertigem também parece propor esta mesma oscilação, entretanto verifica-se aqui uma exaustão da imagem, provocada pelo excesso de cenas, resultando na anulação da recepção total do espectador, criando assim uma espécie de visibilidade multidimensional, com camadas e camadas de cenas que se sobrepõem umas às outras. Para aprofundar estas questões, serão utilizados os conceitos de “cansado” e “esgotado” do filósofo francês Gilles Deleuze; sobre o universo beckettiano, as reflexões de Fábio de Souza Andrade, Peter Pál Perlbart, Ana Helena Souza e Lívia Bueloni Gonçalves terão grande valia e, sobre os estudos de performatividade, temos como apoio, as ideias de Josette Féral, Erika Fischer-Lichte e Eleonora Fabião.
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Referências
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