Levantamento de concepções sobre teratogênese e seus agentes em uma amostra de gestantes no bairro da Liberdade – SSA/BA
Palavras-chave:
teratogênese, malformações congênitas, cuidado pré-natalResumo
Os teratógenos são agentes ambientais que podem causar anomalias congênitas, complicações obstétricas e mortalidade infantil, destacando-se entre eles álcool, fumo, drogas, medicações etc. Este trabalho objetivou levantar concepções sobre teratogênese, através de entrevistas feitas a 30 gestantes, no 3º Centro de Saúde, bairro da Liberdade, Salvador-BA, em julho de 2007. As entrevistadas tinham entre 17 e 41 anos, a maioria completou o Ensino Médio, com renda familiar de até um salário mínimo. Das entrevistadas, 17 (57%) não planejaram a gestação, 5 (17%) consomem álcool e 7 (23%) usaram produtos químicos nos cabelos durante a gestação. Quanto ao período de maior risco à ocorrência de malformações, 21 (71%) dizem ser no 1º trimestre, no entanto, das que usam álcool, 3 (60%) dizem que é no 1º e 2º trimestres e 2 (40%) em toda a gestação; das que usam produtos químicos nos cabelos, 3 (43%) dizem que é no 1º trimestre. Os resultados evidenciam a falta de conhecimento suficiente sobre teratogênese e seus agentes.
Referências
BORGES-OSORIO, M. R.; ROBINSON, W. M. Genética humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Assistência pré-natal: manual técnico. Brasília, 2000.
CASTRO, M. L. S. et al. Freqüência das malformações múltiplas em recém-nascidos na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil, e fatores sócio-demográficos associados. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 5, p. 1009-1015, maio 2006.
CAVALLI, R. C. Transferência placentária de drogas. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 28, n. 9, p.557-564, set. 2006.
COSTA, M. T. Z. et al. Drogas de abuso na gestação: as orientações no pré-natal são suficientes? São Paulo: Unidade Neonatal do Hospital Universitário HU/USP, 1996.
DEDECCA, C. S. et al. Salário mínimo, benefício previdenciário e as famílias de baixa renda. Revista Brasileira de Estudos Populacionais, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 317-329, jul./dez. 2006.
EMBIRUÇU, E. K. et al. Risco teratogênico: a percepção em diferentes segmentos da população. Revista Ciência Médica e Biológica, Salvador, v. 4, n. 3, p. 201-207, set./dez. 2005.
GIGLIO, M. R. P. et al. Baixo peso ao nascer em coorte de recém-nascidos em Goiânia-Brasil no ano de 2000. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 27, n. 3, p. 130-136, mar. 2005.
HAIDAR, F. H. et al. Escolaridade materna: correlação com os indicadores obstétricos. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 4, p. 1025-1029, jul./ago. 2001.
HOROVITZ, D. D. G. et al. Atenção aos defeitos congênitos no Brasil: panorama atual. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 21, n. 4, p. 1055-1064, jul./ago. 2005.
LEOPÉRCIO, W.; GIGLIOTTI, A. Tabagismo e suas peculiaridades durante a gestação: uma revisão crítica. Jornal Brasileiro de Pneumologia, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 176-185, mar. 2004.
MACIEL, E. L. N. et al. Perfil epidemiológico das malformações congênitas no município de Vitória-ES. Cadernos de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 3, p. 507-518, jul./set. 2006.
MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S. Alimentos, nutrição e dietoterapia. 10. ed. São Paulo: Roca, 2003.
MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.
MOURA, E. R. F.; RODRIGUES, M. S. P. Comunicação e informação em saúde no pré-natal. Interface – Comunicação, Saúde, Educação, Fortaleza, v. 7, n. 13, p.109-118, ago. 2003.
MOREIRA, L. M. A. et al. Associação entre o uso de abortifacientes e defeitos congênitos. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 23, n. 8, p. 517-521, set. 2001.
SENESI, L. G. et al. Morbidade e mortalidade relacionadas à idade materna, igual ou superior a 35 anos, segundo a paridade. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 26, n. 6, p. 477-482, jul. 2004.
SILVA, V. A. Ambiente e desenvolvimento: efeitos do álcool etílico e da desnutrição. Mundo & Vida, v. 2, n. 1, p. 21-27, 2000.
SCHULER-FACCINI, L. et al. Avaliação de teratógenos na população brasileira. Ciência e Saúde Coletiva, Porto Alegre, v. 7, n. 1, p. 65-71, 2002.