História da ciência e a diversidade de orientações sexuais

natureza, cultura e determinismo

Autores

  • Valter Forastieri Faculdades Jorge Amado. Universidade Federal da Bahia.

Palavras-chave:

determinismo, orientações sexuais, história da ciência

Resumo

Este artigo é uma revisão de como a ciência vem tratando a questão da existência de uma variedade de tipos de orientações sexuais. A orientação sexual, um padrão peculiarmente humano, é caracterizada pelo comportamento sexual mais aspectos cognitivos referentes à atração, fantasias e desejos sexuais. A tentativa de explicação desse f enômeno criou disputas entre biólogos e psicólogos, a controvérsia natureza versus cultura. No início do século XX, o determinismo cultural da psicanálise foi a base de explicação da orientação sexual, mas, com o passar das décadas, foi perdendo espaço para o determinismo biológico, impulsionado pela revolução biotecnológica.

Biografia do Autor

Valter Forastieri, Faculdades Jorge Amado. Universidade Federal da Bahia.

Professor do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas das Faculdades Jorge Amado – FJA. Mestre em Ensino, Filosofia e História da Ciência pela Universidade Federal da Bahia - UFBA.

Referências

ALPER, J; BECKWITH, J. Genetic fatalism and social policy: the implications of behavior genetics research. Yale Journal of Biology and Medicine, n. 66, p. 511-524, 1994.

BANCROFT, J. Homosexual orientation: the search for a biological basis. British Journal of Psychiatry, n. 64, p.437-440, 1994.

BYNE, W. The biological evidence challenged. Scientific American, v. 26, n. 31, p. 28-31, 1994. BIEBER, I. et al. Homosexuality: a psychoanalitic study. New York: Basic Books Inc., 1962.

DOCTER, R.; PRINCE, V. Transvestism: a survey of 1032 cross-dressers. Arquives of Sexual Behaviour, v. 26, n. 6, p. 34-46, 1997.

DORNER, G. et al. A neuroendocrine predisposition for homosexuality in men. Arquives of Sexual Behaviour, n. 60, p. 1-8, 1975.

____ Hormonal induction and prevention of female homosexuality. J. Endocr., n. 42, p. 163-164, 1968.

____ ; HINZ, G. Induction and prevention of male homosexuality by androgen. J. Endocr., n. 40, p. 387-388, 1968.

EL_HANI, C. N. et al. Conflitos e perspectivas nas relações entre biologia e cultura. Interfaces, v. 1, n. 1, p. 28-39, 1997.

FLETCHER, A; RUSSEL, S. Incorporating issues on sexual orientation in the classroom: challenges and solutions. Family Relations, v. 50, n. 1, p. 34-40, 2001.

FORASTIERI, V. et. al. Evidence against a relationship between dermatoglyphic asymmetry and male sexual orientation. Human Biology, n. 70, p.143-156, 2002.

FUTUYMA, D.J; RISCH, S.J. Sexual orientation, sociobiology and evolution. J Homosexuality. v. 9, n. 2, p.157-168. 1984.

GORMAN, M. Male homosexuality desire: neurological investigations and scientific bias. Perspectives in Biology and Medicine, v. 1, n. 38, p. 64-78, 1994.

HALL, D.; KIMURA, P. Dermatoglyphic assymetry and sexual orientation in men. Behav. Neurosci., n.1086, p.1203-1206, 1994.

HAMMER, D; HU, S; MAGNUSON, V; HU, N; PATTATUCCI, A. A linkage between DNA markers on the X chromosome and male sexual orientation, S cience, v. 261, p. 321-327, 1993.

____ ; LE VAY, S. Evidence for a biological influence in male homosexuality. Scientific American, v. 65, n. 9, p. 20-25, maio 1994.

HOFMAN, M. A.; SWAAB, D. F. Sexual polimorphism of human brain: mith and reality. Exp Clin Endocrinol, v. 98, n. 2, p.161-170, 1991.

HOBSBAWN, E. Era dos extremos: o breve século XX. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. 602 p. KITCHER, P. Battling the undead. How (and how not) to resist genetic determinism. In: SINGIL, W.;

KRIMBAS, D.; PAUL, M.; BEATTY, S. Thinking about evolution, historical, philosophical and political perspectives: New York: Cambridge U.P. 2001. v. 2.

KALLMANM, F. Comparative twin study on the genetic aspects of male homosexuality. The Journal of Mental Disease, v. 115, n. 4, p. 283-298, 1952.

KOLODONY, R. L. et al. Plasma testosterone and semen analysis in male homosexuals. The New England Journal of Medicine, v. 285, n. 21, p. 1170-1174, 1971.

LE VAY, S. A diference in hipotalamich structure between heterosexual and homosexual men. Science, v. 253, p. 1034-1043 , 1991.

LEWONTIN, R. C.; ROSE, S.; KAMIN, L. Genética e política. Lisboa: Biblioteca Universitária.Publicações Europa-América, 1984. 437 p.

LORENZ, K. Fundamentos da etologia. São Paulo: Editora da UNESP, 1995. 674 p. (Reimpressão da edição de 1903).

MARGOLESE, M. Homosexuality: a new endocrine correlated. Hormones and Behaviour, n. 1, p. 151-155, 1970.

MARMOR, J. (Org.). A inversão sexual. Rio de Janeiro: Imago, 1973. 325 p.

PILLARD, Richard; BAILEY, Michael. Human sexual orientation has a heritable component. Human Biology, Michigan, v. 70, n. 2, p. 347-365, 1998.

RICHARDSON, D; HART, J.Teoria e prática da homossexualidade. Rio de Janeiro: Zahar, 1983. 342 p.

ROSE, S. The poverty of reducionism. In: SINGIL, W.; KRIMBAS, D.; PAUL, M.; BEATTY, S. Thinking about evolution, historical, philosophical and political perspectives: New York: Cambridge U.P., 2001. v. 2, p 366-389.

SARKAR, S. Genetics and reductionism. United Kingdom: Cambridge University Press, 1998. 245 p., il.

____ Genetics reductionism and the Genome Human Project. In: SINGIL, W.; KRIMBAS, D.; PAUL, M.; BEATTY, S. Thinking about evolution, historical, philosophical and political perspectives: New York: Cambridge U.P., 2001. v. 1, p. 83-109.

SELL, R. L.Defining and measuring sexual orientation: a review. Arquives of Sexual Behaviour, v. 26, n. 6, p. 284-296, 1997.

STERELNY, K; GRIFFITHS, P. Sex and death: an introduction to philosophy of biology. Chicago: The University of Chicago Press, 1999. p. 3-21.

SUPLICY, M. Conversando sobre sexo. São Paulo: Moderna, 1983. 356 p.

SUPPE, F; Explaining homosexuality: philosophical issues, and who cares anyhow? Journal of Homosexuality, n. 27, p. 223-268, 1994.

VASEY, P. L. Homosexual behavior in primates: a review of evidence and theory. International Journal of Primatology, v. 16, p. 173-181, 1995.

Downloads

Publicado

2005-01-11

Como Citar

Forastieri, V. (2005). História da ciência e a diversidade de orientações sexuais: natureza, cultura e determinismo. Candombá, 1(1), 1–15. Recuperado de https://publicacoes.unijorge.com.br/candomba/article/view/600

Edição

Seção

Artigos