A HOSTILIDADE NA ARQUITETURA DA EXCLUSÃO

Resumo

A arquitetura hostil é um método de desenho urbano criado para influenciar o comportamento das pessoas que passam e permanecem pela cidade, retirando o convite à permanência e a hospitalidade, transformando o espaço num lugar agressivo onde a aporofobia, ou a aversão aos pobres, é o principal fator para que esse método esteja em crescimento exponencial nas últimas décadas nas principais metrópoles do mundo. O medo das pessoas em situação de rua traz o entendimento para os defensores da arquitetura da exclusão que eles são o principal motivo para a violência nas cidades e que a única solução possível para esse problema é a expulsão dessa população, trazendo uma ideia higienista, elitista e que (pela instalação de dispositivos hostis) também respinga no capacitismo, etarismo, gerando um movimento de gentrificação por deixar a sensação de não pertencimento na cidade, segregando um lugar que é direito de todos. A marginalização de minorias só traz mais preconceito à causa, dificultando a tentativa de diminuir o número de pessoas em situação de rua como o avanço que um dos defensores da causa, o Padre Júlio Lancellotti, que conseguiu a aprovação da lei contra o emprego de objetos que cerceiam o direito de ir e vir das pessoas.