AUTOBIOGRAFIA E FICÇÃO PARA VIRGINIA WOOLF E PAUL B. PRECIADO: “ORLANDOS”
DOI:
https://doi.org/10.63052/revistaolhares.v1i14.775Palavras-chave:
Virginia Woolf, Paul Preciado, Autobiografia, Ficção, OrlandoResumo
Propomos, no presente artigo, uma discussão em torno da aproximação entre literatura, cinema, autobiografias e vida, pondo em relação e discutindo as consequências desse encontro. Compreendemos, portanto, que, ao explorar o autobiográfico, seria ideal a criação de um campo discursivo a respeito dessa contaminação de gêneros, ou seja, seguir por uma perspectiva de análise expandida de arte, teoria e crítica, a partir de uma abordagem interpretativa do texto literário, a fim de reconhecê-lo como objeto artístico, na sua estrita relação com a vida. Deste modo, deseja-se investigar os escritos de Virginia Woolf a partir das obras: Os Diários de Virginia Woolf (1989), e Orlando (1928), fazendo uma intercessão com o Filme Orlando: Minha Biografia Política de Paul B. Preciado (2023), com o objetivo de desenvolver esse campo discursivo entre literatura, cinema, vida e obra na escrita de Woolf para pôr em relação diferentes áreas do saber, tais como: a dramaturgia, a filosofia e a psicanálise. Neste sentido, considera-se de suma importância discussões relacionadas a temas que são considerados fundamentais no âmbito da Literatura, e das artes em geral, no que se refere às noções de vida e obra, realidade e ficção, autor e leitor, representação e totalidade de uma obra literária. Noções estas, que a proposta criativa da escritora e pensadora Virginia Woolf solicita pôr em laboração, em razão do seu caráter inventivo, o qual permite conceber tal proposta sob o aspecto de escrita do contemporâneo. Para o desdobramento dessas discussões, nos aliaremos a uma rede de autores que percebem o texto literário e seu atributo artístico, possibilitando o desenvolvimento de uma crítica que põe em evidência as potencialidades do material a ser analisado. Nesta perspectiva, aproxima-se de conceitos como Pacto Autobiográfico desenvolvido por Phillipe Lejeune (1971), Fatia de Vida e Impersonagem desenvolvidos por Jean-Pierre Sarrazac (2012 e 2017), gênero e identidade desenvolvidos por Judith Butler (1990), os quais postos em relação com a escrita de Virginia Woolf, possibilita um alargamento teórico que permite conexões entre a Literatura e outros campos da arte.
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Referências
LEJEUNE, Philippe. O pacto autobiográfico: de Rousseau à internet. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2008.
PRECIADO, Paul B. Orlando: Minha Biografia Política. França: Filmes do Estação, 2023. Documentário, 98 min. Estreia no Festival de Berlim 2023.
SARRAZAC, Jean-Pierre. Léxico do drama moderno contemporâneo. São Paulo: Cosac Naif, 2012.
SARRAZAC, Jean-Pierre. Poética do drama moderno. Tradução de Gerson Steves. São Paulo: Cosac Naify,
WOOLF, Virginia. Contos Seletos. 1. ed. São Paulo: Editora XYZ, 2023.
WOOLF, Virginia. Os diários de Virginia Woolf. Edição Anne Olivier Bell; introdução Quentin Bell; seleção e tradução José Antônio Arantes. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
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